Portugal está mais competitivo ao nível do talento este ano. Subiu do 25.º para o 22.º lugar de uma tabela que analisa a competitividade de 63 nações ao nível da atração, desenvolvimento e retenção de talentos, e que é encabeçada pela Suíça, Suécia e Islândia. No entanto, em matéria de atratividade, o país caiu dez posições, fixando-se, agora, no 40.º lugar, revela o ranking mundial de Talento do IMD World Competitiveness Center 2022, divulgado na última quarta-feira.
“De acordo com os dados, a atração e a retenção de talento, a motivação dos colaboradores e a fuga de talento devem merecer a atenção dos líderes e dos gestores das empresas. Mais do que atrair talento, o desafio de Portugal é ser capaz de retê-lo. O salário e os benefícios são um fator importante na tomada de decisão dos profissionais, mas não o único”, afirma Ramon O’Callaghan, dean da Porto Business School, parceira exclusiva a nível nacional na elaboração do ranking.
“É importante apresentar e integrar os profissionais em projetos mais atrativos e investir na conversão e reconversão de talentos, através de investimento na formação e desenvolvimento das pessoas. É também importante desenhar modelos de trabalho que promovam a flexibilidade (que implica uma maior responsabilidade na gestão do trabalho) e um maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”, acrescenta, em comunicado.
Depois de ter conquistado o seu melhor resultado em 2018, ano em que se posicionou no 17.º lugar, Portugal perdeu terreno nos últimos três anos. No entanto, este ano conseguiu finalmente inverter a tendência, voltando a ascender no ranking. O país lusitano registou uma subida de duas posições face ao ano anterior, para o 22.º lugar.
Top 25 do Ranking Mundial de Talento do IMDIMD
Os resultados ficam marcados pelo crescimento do país nos fatores “Investimento & Desenvolvimento” (no qual subiu do 25.º para o 22.º lugar), graças ao desempenho positivo dos critérios de rácio alunos/professores na educação primária e o rácio de alunos/professores na educação secundária, e “Preparação” (no qual escalou seis patamares, passando da 25.º para a 19.º posição), justificado pelo desempenho positivo do critério de competências linguísticas
A participação feminina na força de trabalho (49,7%) surge, também, como um dos principais destaques nacionais. Em contrapartida, a formação dos colaboradores constitui a maior fraqueza nacional neste fator, onde Portugal se situa mesmo nos últimos lugares do ranking (61.º).
Apesar da subida alcançada na posição geral, Portugal regista uma descida de dez lugares no fator “Atratividade”, posicionando-se, agora, no 40.º lugar. A queda é fundamentada pelo “desempenho dos critérios de atração e retenção de talento, o índice de motivação dos colaboradores, a fuga de talento e a perceção de justiça, que registam um baixo desempenho”, revela o documento.
Europeus dominam Top 10. Mas Peru foi o que mais cresceu
As economias europeias continuam a fortalecer a sua posição de liderança no ranking anual. No entanto, o Peru foi o país que mais cresceu, com uma subida de 16 posições, seguido da República Checa e da Arábia Saudita, que ascenderam oito posições cada um, e da Croácia, que escalou sete patamares.
Já no pódio, a Suíça manteve o primeiro lugar, consolidando a liderança alcançada nas últimas sete edições e que resulta do desempenho nos três fatores em avaliação: “Investimento & Desenvolvimento” (1.º lugar), “Atratividade” (1.º lugar) e “Preparação” (em que subiu do 3.º para o 2º lugar).
“Refira-se, aqui, que a Suíça se destaca pelo elevado grau de aprendizagem, força laboral estrangeira altamente qualificada, remuneração significativa de gestores e profissionais de serviços, bem como pela experiência internacional”, pode ler-se.
A Suécia, por sua vez, mantém a segunda posição do ranking, resultado das melhorias no desempenho em “Atratividade” (em que subiu do 3.º para o 2.º lugar), e isto, apesar do decréscimo na “Preparação” (em que caiu da 4.ª para a 6.ª posição).
“Neste caso, o desempenho tem como base a qualidade da educação e qualificação, que não dificulta a competitividade na economia, a diminuta exposição à poluição de partículas, a abundância de gestores superiores altamente qualificados e a experiência internacional, a par das competências linguísticas.”
A Islândia completa o pódio ao subir três posições, suportada pelo “Investimento & Desenvolvimento” (4.º lugar), “Atratividade” (em que passou do 10.º para o 8.º patamar) e “Preparação” (fator no qual pulou da 17.ª posição para a 13.ª).
“A performance positiva assenta, neste caso, nos índices de experiência pública na educação por aluno, na elevada qualidade de vida, na remuneração dos profissionais de serviços, bem como nas competências laborais e financeiras demonstradas”, lê-se no comunicado enviado às redações.
A subida deste país surge em detrimento do Luxemburgo, que deixa, assim, o terceiro lugar, descendo quatro posições para se fixar no sétimo posto, muito devido ao imposto sobre o rendimento pessoal cobrado.
Fonte: ECO
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